Do ponto de vista estético, existe algo pior que uma barriga grande e projetada para a frente? Talvez a resposta seja sim, existe o avental abdominal. Também conhecida como pannus, esta condição é caracterizada pelo excesso de pele e gordura que pende sobre a região púbica, cobrindo parte ou todo o abdômen inferior.
Porém, esta condição não é apenas um problema estético. Ela pode impactar significativamente a qualidade de vida e a autoestima dos indivíduos afetados, visto que ela tem alguns desdobramentos funcionais bastante importantes. Por isso, neste artigo, vamos tratar deste problema e de suas soluções. Confira!
Índice:
Características e impacto do avental abdominal
Como já falamos, o avental abdominal é um excesso de pele que, muitas vezes, contém pelo menos uma parte de sua composição preenchida por gordura, e que pende do abdômen, cobrindo sua parte inferior e o púbis. Este avental pode variar tamanho e gravidade, formando desde uma pequena protuberância até uma grande massa de tecido que se estende até as coxas.
Assim, o avental abdominal pode causar não apenas descontentamento com a aparência, mas também desconforto físico, pois ele dificulta a mobilidade, permite o acúmulo de suor e a proliferação de bactérias, provoca coceiras, irritação e até mesmo infecção, além de afetar a mobilidade e levar a problemas de saúde.
Muitas pessoas que enfrentam esta condição relatam um impacto psicológico profundo. O avental abdominal pode afetar negativamente a autoimagem, levar à perda de confiança e até mesmo causar ansiedade social. Afinal, diversos indivíduos sentem-se constrangidos com a própria aparência, o que pode limitar suas atividades sociais e sua qualidade de vida geral.
Causas do avental abdominal
O desenvolvimento do avental abdominal ocorre por várias causas e, frequentemente, se relaciona a uma combinação de fatores. A perda de peso significativa após um quadro de obesidade é, com certeza, o principal. O excesso de peso estica a pele e os tecidos abdominais. Então, quando ocorre um grande emagrecimento, especialmente de forma rápida, a pele pode não se retrair completamente, resultando em flacidez excessiva.
A gravidez é outro fator importante, especialmente se a mulher tem vários filhos. Afinal, durante esse período, a pele e os músculos abdominais se distendem para acomodar o bebê em crescimento. Após o parto, especialmente após múltiplas gestações, a pele e os músculos podem não retornar totalmente ao seu estado original, levando à formação do avental abdominal.
O avental abdominal pode se formar ainda ao longo do processo de envelhecimento. Com o avanço da idade, a pele naturalmente perde elasticidade devido à diminuição na produção de colágeno e elastina. Portanto, nesta etapa da vida pode ocorrer uma maior flacidez abdominal, especialmente se o paciente apresenta também flutuações de peso.
Finalmente, algumas pessoas têm uma predisposição genética para desenvolver pele flácida ou acumular gordura na região abdominal. Assim, elas se tornam mais suscetíveis ao avental abdominal. No entanto, é um pouco menos frequente as pessoas desenvolverem este quadro apenas devido á genética. Geralmente, há sobreposição com outros fatores, como gravidez ou grandes variações de peso.
Anatomia da flacidez abdominal
Para entender o avental abdominal, é importante compreender a anatomia da parede abdominal. Isso é importante porque, ao abordarmos as soluções cirúrgicas para o problema, você verá que os médicos precisam realizar diferentes tipos de correções.
Em primeiro lugar, vale a pena destacar que a parede abdominal é composta por várias camadas, incluindo pele, gordura subcutânea, fáscia e músculos. Os principais músculos envolvidos são os retos abdominais, que correm verticalmente ao longo do abdômen. Portanto, essa é a estrutura do que conhecemos como barriga.
Quando o paciente apresenta avental abdominal, há um aumento significativo na quantidade de gordura subcutânea e, consequentemente, a pele se estira escessivamente para acomodar este volume. Então, esse estiramento causa o rompimento das fibras de elastina, o que faz com que a pele perca sua elasticidade e não consiga se retrair adequadamente, gerando um quadro de flacidez.
Somado a isso, muitas vezes ocorre a diástase dos músculos retos abdominais. Frequentemente associado ao avental abdominal, especialmente após a gravidez, este quadro consiste no afastamento dos músculos retos abdominais. Isso pode contribuir para a fraqueza da parede abdominal e sua protusão, pois se os músculos não seguram o conteúdo do abdômen (órgãos, vísceras), eles se projetam para a frente.
Consequências do avental abdominal
O avental abdominal pode levar a várias complicações físicas e funcionais, que envolvem dificuldades com a higiene pessoal, assaduras frequente, vulnerabilidade a infecções, impedimentos na prática de exercícios, limitações na escolha de roupas, entre outras. Por isso, este problema gera um impacto muito significativo.
Não é incomum os pacientes terem problemas de autoestima, depressão e até ansiedade social. Essas dificuldades podem interferir tanto no âmbito dos relacionamentos públicos quanto das relações íntimas. Portanto, o impacto deste problema não pode ser subestimado.
Opções de tratamento cirúrgico
Apesar do grande impacto do avental abdominal, existem diversas opções cirúrgicas para eliminá-lo. Em seguida, falaremos das principais alternativas:
Abdominoplastia para remoção do avental abdominal
A abdominoplastia tradicional é uma das opções mais comuns e eficazes para casos moderados a severos. Este procedimento envolve uma incisão horizontal que se estende de um lado ao outro da pélvis, permitindo ao cirurgião remover o excesso de pele e gordura, além de reparar os músculos abdominais que possam ter se separado.
A técnica resulta em um abdômen mais plano e firme, embora deixe uma cicatriz horizontal que geralmente pode ser escondida sob a linha do biquíni. Apesar de os resultados serem individuais, a verdade é que a maioria dos pacientes fica bastante satisfeita com a aparência desta região após a cirurgia.
Abdominoplastia em âncora
Para casos mais graves de avental abdominal, onde há um excesso significativo de pele tanto na direção vertical quanto horizontal, a abdominoplastia em âncora pode ser a melhor opção. Esta técnica, mais invasiva que a tradicional, utiliza uma incisão vertical adicional, criando uma cicatriz em forma de âncora.
Embora resulte em uma cicatriz mais visível, esta abordagem permite a remoção de uma quantidade maior de pele e uma remodelação completa do contorno abdominal. Em muitos casos, devido à extensão da flacidez, ela é a única opção que proporciona um resultado satisfatório.
Miniabdominoplastia para flacidez leve
Em contrapartida, para pacientes com casos menos severos de flacidez abdominal, onde o excesso de pele está limitado principalmente à área abaixo do umbigo, a miniabdominoplastia pode ser suficiente. Este procedimento utiliza uma incisão menor. Portanto, o resultado é uma cicatriz mais discreta.
No entanto, é importante notar que esta técnica tem limitações. Por isso, ela geralmente não é adequada para para pacientes com flacidez abdominal mais extensa ou que, devido à diástase, necessitam de reparação muscular significativa.
Lipoabdominoplastia para uma solução completa
Uma opção que tem ganhado popularidade nos últimos anos é a lipoabdominoplastia. Esta técnica combina os benefícios da abdominoplastia tradicional com a lipoaspiração, permitindo uma remodelação mais completa e harmoniosa do contorno corporal.
Ao incorporar a lipoaspiração, o cirurgião consegue remover depósitos de gordura em áreas que a abdominoplastia sozinha não conseguiria abordar eficazmente, como os flancos e a parte superior do abdômen. Portanto, ao optar por este procedimento, o paciente conquista um contorno mais suave e natural.
A escolha da técnica mais apropriada dependerá de vários fatores, incluindo o grau de flacidez da pele, a quantidade de gordura presente, a condição dos músculos abdominais e os objetivos estéticos do paciente. Por isso, é fundamental ser avaliado por um cirurgião plástico experiente e altamente capacitado, capaz de propor uma intervenção abrangente, que restitui a estética e a funcionalidade desta região do corpo.
Recuperação pós-operatória
A abdominoplastia é uma cirurgia que, embora segura, mobiliza uma grande quantidade de tecidos. Por isso, sua recuperação demanda uma série de cuidados que devem ser seguidos estritamente para que o paciente obtenha os melhores resultados possíveis.
Os cuidados imediatos incluem medidas para manejo da dor, cuidados com os drenos e monitoramento de sinais de complicações. O paciente pode realizar um repouso ativo, ou seja, caminhar dentro da própria casa, mas não deve fazer esforço, nem mesmo para se levantar. Ele também precisa manter o corpo levemente curvado, para não forçar a região da incisão.
Outro cuidado fundamental é o uso de cintas ou faixas compressivas, conforme a orientação médica. Esta peça, indispensável por várias semanas, é essencial para reduzir o inchaço e, principalmente, dar estabilidade aos tecidos em cicatrização, favorecendo a aderência da pele aos tecidos subjacentes. É comum que o médico recomende a realização de drenagem linfática.
Diante de uma recuperação favorável, o paciente retorna gradualmente às atividades normais. Portanto, embora ele possa retomar um trabalho sedentário em duas semanas, atividades que exigem esforços poderão ser realizadas apenas após cerca de oito semanas.
Resultados e sua manutenção
Os resultados da abdominoplastia para correção do avental abdominal podem ser transformadores. Porém, é importante que o paciente tenha expectativas realistas. A mudança na aparência costuma ser drástica, mas ainda assim existem pessoas que nutrem algumas ideias sobre o procedimento que não são pautadas na realidade.
A cicatriz da abdominoplastia costuma ser grande. No entanto, em boa parte dos casos, ela costuma ficar escondida na linha pubiana, coberta por roupas íntimas e de banho. Se não houver nenhuma intercorrência, a cicatriz fica lisa e baixa, com uma cor semelhante à da pele do entorno. A maturidade da cicatriz demora cerca de um ano e a espera vale muito a pena.
Finalmente, não poderíamos deixar de ressaltar a importância de um estilo de vida saudável para a manutenção dos resultados. Variações no peso podem levar a novos estiramentos de pele ou alterar o contorno desta região. Então, o paciente deve se comprometer a manter uma dieta equilibrada e exercícios regulares.
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Diretora Técnica Dra. Elaine Favano – CRM 42085/SP
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