O diabetes tem se tornado cada vez mais comum, afetando, no mínimo, 13 milhões de pessoas no Brasil. Embora a doença tenha tratamento, quem convive com ela lida com uma série de limitações no dia a dia. As dificuldades de cicatrização, por exemplo, costumam gerar grandes preocupações e deixam uma dúvida: quem recebeu este diagnóstico pode realizar uma cirurgia plástica com segurança?
Se você também tem esta dúvida, este artigo esclarecerá todas as suas perguntas sobre esse tema. Falaremos sobre aspectos importantes da relação entre diabetes e cirurgia plástica, fornecendo informações essenciais para quem considera passar por um procedimento estético. Confira!
Índice:
Qual é o impacto do diabetes na cirurgia plástica?
O diabetes ou a diabetes (as duas formas estão corretas) afeta diretamente vários aspectos da saúde que são cruciais para uma boa recuperação cirúrgica. Afinal, como se sabe, esta doença influencia principalmente o processo de cicatrização e o funcionamento do sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo.
Assim, quando os níveis de glicose no sangue permanecem elevados, o organismo encontra maior dificuldade para combater infecções e reparar tecidos. Portanto, o corpo tem um prejuízo em duas funções importantíssimas no pós-operatório.
A relação entre glicemia e cicatrização é particularmente importante em cirurgias plásticas. Níveis altos de açúcar no sangue podem prejudicar a formação de novos vasos sanguíneos e retardar a produção de colágeno, elementos essenciais para uma boa cicatrização.
Além disso, o diabetes não controlado compromete a circulação sanguínea. Sem uma boa circulação, diversos processos ficam deficitários: a redução na chegada de nutrientes e oxigênio aos tecidos em processo de recuperação causa morte de células, as células de defesa têm dificuldade de chegar ao local de possíveis infecções, e assim por diante.
Por todos esses motivos, o processo de cicatrização em pacientes diabéticos pode ser mais complexo. A fase inflamatória da cicatrização pode se prolongar, enquanto a fase proliferativa, responsável pela formação de novo tecido, perde eficiência. Assim, o paciente tende a ter uma cicatrização mais lenta e potencialmente problemática, aumentando o risco de deiscência (abertura da ferida) e infecções.
O controle glicêmico adequado, portanto, torna-se fundamental para o sucesso da cirurgia plástica. Pacientes com diabetes bem controlado apresentam resultados cirúrgicos semelhantes aos de pessoas sem a doença, demonstrando que o controle rigoroso da glicemia é mais importante que o diagnóstico em si.
Quando a pessoa com diabetes pode realizar a cirurgia?
Os critérios médicos para a realização de cirurgia plástica em pacientes diabéticos são bastante específicos. Assim, o cirurgião plástico avalia não apenas os níveis atuais de glicose no sangue, mas também o histórico de controle da doença nos últimos meses.
Os níveis ideais de glicemia para a realização de cirurgia variam de acordo com o tipo de procedimento. Porém, geralmente o médico busca valores de glicemia de jejum abaixo de 130 mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c) inferior a 7%. Estes parâmetros indicam um bom controle do diabetes a longo prazo.
A hemoglobina glicada merece atenção especial, pois reflete o controle glicêmico dos últimos três meses. Este exame fornece informações valiosas sobre a estabilidade do diabetes e ajuda a prever possíveis complicações pós-operatórias. Um valor de HbA1c acima de 8% geralmente indica um controle inadequado e pode levar ao adiamento da cirurgia até que se obtenha um quadro favorável e mais estável.
A avaliação pré-operatória de um paciente diabético inclui uma série de exames específicos e consultas com especialistas. Portanto, além dos exames pré-operatórios de rotina, como hemograma e coagulograma, o médico pode solicitar testes de função renal, avaliação cardiovascular detalhada e, em alguns casos, exames de função hepática.
Em um dos próximos tópicos, falaremos mais a respeito da importância de uma equipe multidisciplinar. Porém, já adiantamos que o endocrinologista deve participar ativamente deste processo, ajustando medicações quando necessário e estabelecendo metas de controle glicêmico.
Quais são os riscos de realizar uma cirurgia com diabetes?
Em primeiro lugar, precisamos lembrar que o risco de uma cirurgia plástica em uma pessoa com diabetes é exatamente o mesmo que o paciente enfrentaria em qualquer outro tipo de cirurgia. A única diferença é que a cirurgia plástica costuma ser uma escolha, enquanto outros procedimentos podem ser não opcionais, indispensáveis à manutenção da própria vida.
Pacientes diabéticos podem enfrentar alguns desafios específicos durante a recuperação cirúrgica. A cicatrização mais lenta representa uma das principais preocupações, podendo resultar em períodos mais longos de recuperação e maior necessidade de cuidados com as incisões. Também, em casos mais graves, pode ocorrer deiscência da ferida, necessitando de intervenções adicionais.
O risco aumentado de infecções também merece atenção especial. O diabetes pode comprometer a resposta imunológica do organismo, tornando o paciente mais suscetível a complicações infecciosas. Infecções superficiais da ferida são mais comuns. Porém, também há um risco aumentado de infecções mais profundas, como celulite ou até mesmo sepse.
Problemas com cicatrizes também podem ocorrer com maior frequência em pacientes diabéticos. As cicatrizes podem se tornar mais largas, espessas ou apresentar coloração diferente. Em alguns casos, pode haver formação de queloides ou cicatrizes hipertróficas, que requerem tratamentos específicos.
Outras complicações potenciais incluem maior risco de sangramentos, devido às alterações vasculares causadas pelo diabetes, e maior sensibilidade a variações na pressão arterial durante e após a cirurgia. Pacientes diabéticos também podem ter um risco aumentado de trombose venosa profunda, especialmente em cirurgias mais longas.
Como o diabético se prepara para a cirurgia?
A preparação para a cirurgia plástica em pacientes diabéticos requer atenção especial. Como já falamos, ele precisa realizar mais exames, os quais têm o objetivo de avaliar uma série de funções do organismo. A partir desses resultados, o endocrinologista e o cirurgião plástico trabalham em conjunto.
O endocrinologista pode sugerir ajustes na medicação nas semanas que antecedem a cirurgia. Assim, em pacientes que usam insulina, pode ser necessário modificar as doses ou o esquema de aplicação. Para aqueles que tomam medicamentos orais, como metformina, pode haver recomendação de suspensão temporária alguns dias antes da cirurgia.
Os cuidados específicos pré-operatórios incluem monitoramento mais frequente da glicemia, adequação da dieta e, em alguns casos, suspensão temporária de certos medicamentos que possam interferir com a cirurgia. O paciente deve ser orientado a manter um registro detalhado de suas medições de glicose e informar qualquer alteração significativa ao médico.
Como é o pós-operatório da pessoa com diabetes?
O período pós-operatório exige atenção redobrada ao controle glicêmico. Afinal, o estresse cirúrgico pode alterar os níveis de açúcar no sangue, tornando necessário um monitoramento mais frequente da glicemia. O paciente deve manter um registro detalhado de suas medições e seguir rigorosamente as orientações médicas quanto aos ajustes na medicação.
A alimentação adequada desempenha um papel crucial na recuperação. Uma dieta balanceada, rica em proteínas e nutrientes essenciais, ajuda na cicatrização e na manutenção dos níveis glicêmicos. O ideal é que esta dieta comece antes mesmo da cirurgia, para que a pessoa se adapte bem a ela e consiga suprir suas necessidades calóricas e nutricionais de forma adequada, sem aumentar sua glicemia.
Os cuidados com a cicatrização devem ser redobrados. O paciente precisa manter as incisões limpas e secas, observar sinais de infecção e comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Sinais de alerta como vermelhidão excessiva, calor local, secreção ou abertura da ferida devem ser relatados imediatamente ao cirurgião.
Finalmente, o controle da dor no pós-operatório também requer atenção especial. Alguns analgésicos podem afetar os níveis de glicose no sangue, por isso a escolha da medicação deve ser cuidadosa e o paciente deve ser orientado sobre possíveis interações.
Qual é a importância de uma equipe multidisciplinar?
O sucesso da cirurgia plástica em pacientes diabéticos depende do trabalho conjunto de diversos profissionais. Por isso, ao longo desse processo, o cirurgião plástico trabalha em estreita colaboração com o endocrinologista, que ajuda a otimizar o controle do diabetes antes, durante e após a cirurgia.
O endocrinologista desempenha um papel fundamental na avaliação do controle glicêmico a longo prazo e na adequação das medicações. Ele pode recomendar ajustes no tratamento do diabetes para garantir a melhor preparação possível para a cirurgia.
O anestesista também é uma peça fundamental nesta equipe. Ele avalia os riscos específicos relacionados ao diabetes durante a anestesia e planeja o manejo intraoperatório da glicemia. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de infusão contínua de insulina durante a cirurgia para manter níveis glicêmicos estáveis.
Nutricionistas também são profissionais importantes nesse processo. Eles desenvolvem planos alimentares específicos, tanto no período pré-operatório quanto na recuperação. Eles podem ajudar a otimizar o estado nutricional do paciente, o que é crucial para uma boa cicatrização.
Em casos mais complexos, outros especialistas como cardiologistas ou nefrologistas podem ser consultados, especialmente se o paciente apresentar complicações do diabetes que afetem esses sistemas do corpo. Vale destacar, neste ponto, que o diabetes é uma doença sistêmica. Portanto, vários órgãos podem ser afetados, o que demanda um cuidado adicional.
Quer fazer sua cirurgia plástica com segurança?
Como você viu, o diagnóstico de diabetes não impede a realização de cirurgias plásticas, desde que o paciente mantenha um bom controle da doença e siga todas as orientações médicas. O sucesso do procedimento depende da colaboração entre paciente e equipe médica, com atenção especial ao controle glicêmico e aos cuidados específicos em cada fase do tratamento.
A avaliação individualizada, o planejamento cuidadoso e o acompanhamento rigoroso são essenciais para minimizar riscos e otimizar resultados. Quer realizar a sua cirurgia plástica com toda a segurança, sendo acompanhado por uma equipe especializada? Acesse os canais deste site e agende agora mesmo sua consulta na Master Health.

A Master Health, há mais de duas décadas, alia conforto, segurança e zelo no tratamento de seus pacientes. Adepta do conceito de clínica vertical, a Master dispõe de quatro andares unicamente dispostos ao atendimento, favorecendo a privacidade de cada momento da cirurgia plástica ou tratamento realizado pelo paciente.
Diretora Técnica Dra. Elaine Favano – CRM 42085/SP
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